

A artista visual Sallisa Rosa ocupa a Galeria Praça, na Pina Contemporânea, com sua primeira grande instalação composta principalmente por esculturas em cerâmica, abordando questões ligadas a memória, ancestralidade, paisagem e erosão da terra. A instalação foi inicialmente exposta em dezembro, na Collins Park Rotunda, em Miami.
Em sua prática artística, Sallisa trabalha com fotografia, vídeo, performance e instalação. Seu trabalho explora a conexão humana com a terra, utilizando o barro coletado como material e estabelecendo um vínculo único com o solo e o território.
Em “Topografia da Memória”, Rosa desenvolve a noção de “programação da memória” introduzida em sua produção anterior. Cada uma das esculturas é uma expressão única das suas memórias de Rosa. A instalação desenha uma paisagem imaginária: mais de 100 peças em argila coletada moldadas à mão criam uma experiência imersiva para o público explorar.
As esculturas no chão têm a forma de estalagmites, criando uma espécie de caverna, enquanto esculturas esféricas pendem do teto no espaço expositivo, em uma composição que lembra um planetário e simbolicamente abraça o infinito do cosmos.
Com este trabalho, o objetivo de Sallisa é explorar formas coletivas de recordação, estabelecendo uma conexão entre a erosão da terra e a erosão da memória. Seu uso de barro coletado, que valoriza o saber tradicional e preserva métodos de trabalho não industriais, desempenha um papel fundamental em sua produção, pois a artista acredita que a cerâmica tem a capacidade simbólica de armazenar a memória e nos ajudar a recordar.
A mostra “Sallisa Rosa: topografia da memória” vai até o dia 28 de julho. A Pina Contemporânea fica na Avenida Tiradentes, 273. Funcionamento: de quarta a segunda, das 10h às 18h.
Sobre a artista
Sallisa Rosa (1986, Goiânia, Brasil) vive e trabalha no Rio de Janeiro. Vive atualmente em Amsterdã para participar de uma residência artística na Rijksakademie. Ela teve sua primeira exposição individual no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro em 2021. Seu trabalho foi incluído em exposições coletivas na SNAP, em Xangai (2023); no Visual Arts Center, no Texas (2022); no Théâtre de L’Usine, em Genebra (2022); na Royal Academy of Arts, em Londres (2021); no Paço das Artes, em São Paulo (2021); na Frestas – Trienal de Artes, em Sorocaba (2020/21); na Anya and Andrew Shiva Gallery, em Nova York (2020); no Museu de Arte do Rio, (2020, 2017); no Museu de Arte de São Paulo (2022, 2020, 2019); no Banco do Brasil Centro Cultural, no Rio de Janeiro (2019) e na Bienal de Barro de Caruaru (2019); entre outros. Rosa foi indicada ao Prêmio PIPA (2022, 2020) e é uma beneficiária do Prêmio Seed do Fundo Príncipe Claus (2021).