Organizado pela Rede Nami, organização sem fins lucrativos que que tem como objetivo o uso da arte como veículo de transformação social, e publicado pela editora Cobogó, o livro combina olhar subjetivo e dicas práticas sobre o mercado da arte para jovens artistas.

Hackeando o poder: Táticas de guerrilha para artistas do Sul global é um manual com táticas de guerrilha destinado a artistas mulheres (cis, trans, negras, indígenas, periféricas) que desejam ingressar no sistema da arte. Do prático e técnico ao conceitual e subjetivo, seus textos discutem questões essenciais do nosso tempo – o combate ao racismo, às desigualdades, à violência de gênero e à LGBTQIAP+fobia – sob uma perspectiva decolonial, e apresentam ideias e meios para que jovens artistas possam se inserir no mercado e em espaços institucionais de arte.

Gerado a partir da experiência de mais de dez anos da Rede NAMI, organização que une a arte à transformação social, e elaborado coletivamente por 57 artistas e profissionais da arte mulheres, como Aline Motta, Amanda Carneiro, Keyna Eleison, Panmela Castro, Priscila Rooxo e Rosana Paulino, o livro se propõe a introduzir os caminhos do sistema da arte para uma nova geração consciente de sua posição no mundo. Como jovens artistas mulheres podem fazer contatos, expor seus trabalhos e sobreviver de arte?

Os textos abordam desde a importância de um planejamento para a carreira à inscrição em editais e a busca por representação (seja um manager ou uma galeria de arte), passando por questões imprescindíveis, como conhecimento da área, organização e olhar emancipatório. Uma das ênfases de Hackeando o poder está na autonomia financeira, essencial para que as mulheres tenham o mínimo de condições para negociar as regras da própria vida, fazer suas escolhas, tomar posse de seus direitos, conhecê-los e reivindicá-los.

Esse conteúdo se junta a histórias e imagens de artistas que desafiaram o sistema e estão renovando o cenário artístico contemporâneo e inspirando novas gerações. Pelo compartilhamento de experiências e conhecimentos, o volume tem como objetivo estimular e propagar a colaboração mútua, para que, indo além das conquistas individuais, estruturas sejam formadas para todas e para as gerações seguintes. Afinal, um hackeamento efetivo e afetivo das instituições de arte e seus agentes só pode ser estabelecido de maneira coletiva.

Como escreve a artista visual, pesquisadora e educadora Rosana Paulino, “não se trata, portanto, de um manual com dicas de como se ganhar dinheiro com arte, mas, sim, de textos que mostram a importância da profissionalização nesse meio tão refratário às populações periféricas e, notadamente, às mulheres, principalmente às negras.”

Sobre a organização

A Rede NAMI é uma organização sem fins lucrativos que tem como objetivo o uso da arte como veículo de transformação social. Seus projetos promovem os direitos das mulheres, negros, povos originários, pessoas LGBTQIAP+ e pessoas com deficiência. A organização surgiu em 2010 pelo desejo de sua fundadora, a artista Panmela Castro, em contribuir para o fim da violência contra a mulher e fomentar o protagonismo das mulheres nas artes. A NAMI realiza um trabalho de base, buscando estimular as potencialidades de liderança de grupos marginalizados pela sociedade em diversos âmbitos, alinhando-se diretamente a três dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU para construir um mundo menos desigual e mais sustentável.

Título: Hackeando o poder: Táticas de guerrilha para artistas do Sul global
Organização: Rede NAMI
Idioma: Português
Número de páginas: 240
Editora: Cobogó
ISBN: 978-65-5691-092-5
Capa: Gustavo Marchetti
Encadernação: Brochura
Formato: 15 x 21 cm
Ano de publicação: 2023
Preço: R$ 70,00