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Iran do Espírito Santo inaugura “Reflexivos”

11/12/2019 - Por ArtRio

O paulista Iran do Espírito Santo apresenta Reflexivos, a primeira exposição individual em um espaço institucional no Rio de Janeiro e também a primeira individual deste ano, no Centro Cultural Oi Futuro (Rua Dois de Dezembro, 63 Flamengo), de 14 de dezembro de 2019 a 01 de março de 2020.

Com curadoria de Alberto Saraiva e Flavia Corpas, a mostra é um recorte do últimos 20 anos da produção do artista. Além de desenhos inéditos, datados de 2019, há uma pintura site specific, feita sobre a parede de 69 metros quadrados, que dialoga com a arquitetura da sala.

Iran do Espírito Santo é conhecido por esculturas de itens do cotidiano, abstraídos em formas geométricas simplificadas. Seus objetos sóbrios revisam princípios de ortodoxos do minimalismo. O artista cria um jogo sutil entre percepção e realidade, forma idealizada e objetos e materiais cotidianos.

Reflexivos tem abrangência de temas, de ideias e dos materiais preferenciais do Iran: esculturas sempre sólidas de pequenos formatos, em pedra, cristal e aço inoxidável, a representação pelo uso de material e a reinterpretação com alteração do material, mas ainda como extrações do real.

Para o curador Alberto Saraiva, “Iran ultrapassa o limite dos objetos cotidianos recriando sua carnalidade, cuja aparência revela antes a matéria que a forma, para se consolidar como uma tipologia nova de ser e de estar”.

Na primeira sala, está a item mais antiga da mostra é Castiçal e vela [1998], como peça única, em aço inoxidável, a qual Iran avalia como uma “quebra de ilusão”: o castiçal contamina a vela. E mais, Buraco da fechadura, escultura de parede, em aço inoxidável polido, de 1999, impenetrável, mas que incorpora a cena da galeria; Tigela [2015], de cristal sem concavidade; Lâmpada vermelha [2009], de cristal transparente, colocada perpendicular à parede; Caixa de fósforos [2018] em aço inoxidável, em dimensões reais, a representação é de uma caixa entreaberta – a escultura é executada em um bloco único de aço, sem partes ; Porca e rosca [2016], de 70cm de altura, são duas partes roscáveis apresentadas como peça única em aço inoxidável; Cúpula negra [2015], em granito preto polido, que o torna reflexivo, representado na forma e nas medidas uma cúpula de relógio.

Ainda neste primeiro espaço, colocados lado a lado sobre uma prateleira, estão catorze Globos [2011|2012] de mármore branco, sólidos, esculpidos a partir da coleção que o artista tem há anos e que evidencia a passagem do tempo pelo estilo.

Na segunda galeria, reina sobre a parede a pintura que ocupa de ponta a ponta os 19 x 3,60m, com 56 tons de cinza, resultantes da mistura de preto e branco, combinando rígida matemática e empiricismo. A gradação das linhas verticais é suave porém nítida, como registro de cada tom, visível ao visitante. Elas partem do claro para o escuro, reproduzindo o que seria a sombra das três colunas da arquitetura da sala.

Iran começou o desafio com três tons, em um trabalho no Museu de Arte Moderna de San Francisco em 1997, onde pintou 110m2 de parede com retângulos perfeitos, em um padrão de tijolos, em alusão à fachada do prédio. Dez anos depois, na Bienal de Veneza de 2007, chegou a pouco mais de 30 tons em um desenho sem referência à uma parede. A possibilidade de nuances é infinita, teoricamente. Na prática, pode não ser viável.

Na terceira galeria, estão os desenhos inéditos, de 2019, e o Espelho dobrado [2011], peça de chão e parede, feito de vidro espelhado, totalmente reflexivo, que incorpora o ambiente.

Os desenhos inéditos verticais, de 152 x 104cm, são elipses feitas uma a uma, formando volumes cilíndricos descorporificados. São volumes que estão na base da corporificação dos objetos, o que há de mais próximo de uma representação mental.

O artista comenta que “um dos aspectos do meu trabalho é o que lida com a luz, o reflexo, com a participação do espectador: ele se vê no trabalho e faz o processo mental da reflexão.”

No térreo, o público será recebido pelo vídeo da instalação Playground, que Iran apresentou em Manhattan, na face leste do Central Park, por cinco meses, entre 2013 e 2014. Este trabalho foi comissionado por Nicholas Baume, curador do Public Art Fund da cidade de Nova York. É um cubo de cimento de quatro metros de lado, com alguns segmentos ausentes nas quinas da peça. O que parece argamassa, unindo os blocos, é, sim, um desenho perfeito sobre as placas de concreto, imitando esses elementos.

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