Superfície | Da construção da cor à dispersão da luz, de Hermelindo Fiaminghi


Nascido em São Paulo em 1920, Fiaminghi foi um artista de intensa atuação no cenário cultural da cidade. Suas várias experiências profissionais implicam um corpo de obras múltiplo e que, à primeira vista, pode parecer dissonante, mas indicam a continuidade de seu pensar.
Em sua fase concretista, Fiaminghi explora os limites dos códigos geométricos, criando composições rítmicas que sugerem o deslocamento de formas, principalmente triângulos, a partir da lógica concreta e marcadas pelo contraste entre o pleno e o vazio. Entre 1959 e 1966, o artista passa a frequentar o ateliê de Alfredo Volpi, onde se aprofunda no uso da têmpera e herda parte de seus pigmentos, explorando cada vez mais a transparência das cores, no que ele nomeou de Corluz, pesquisa que perdurará até o fim de sua vida.
Ele entende a questão inicial como algo mais complexo: a luz branca que incide sobre um prisma e se dispersa nas várias cores que a compõem. Há a passagem de uma produção construtiva para o uso menos rígido das formas e cores, revelando o colorido como superfície flutuante. O gesto pictórico se destaca e sua pintura passa a revelar o próprio ato de pintar, assumindo sua subjetividade.
Hermelindo Fiaminghi participou de diversas individuais e coletivas, incluindo seis Bienais Internacionais de São Paulo.
Da construção da cor à dispersão da luz, de Hermelindo Fiaminghi
Superfície | Rua Oscar Freire 240 – São Paulo
Abertura: sábado 23 de março, das 11h às 17h
De terça a sexta, das 10h às 19h, e sábado, 11h às 17h
Entrada gratuita.