Simões de Assis | Mário Rubinski, individual
Ao longo de sua trajetória, Rubinski desenvolveu uma notável consciência construtiva, elaborando cenários dinâmicos a partir de formas elementares. É por meio da disposição das casas e construções minimalistas que o artista sugere um mundo em que a natureza é compartilhada: não pela presença direta do homem, mas pelas formas arquitetônicas que evocam abrigo e proteção. Suas composições, mesmo desprovidas de jogos de luz ou figuração de sombras, são capazes de produzir efeitos de profundidade e movimento apenas pela disposição orgânica dos elementos na cena. Rubinski, assim como Alfredo Volpi e Eleonore Koch, pintores contemporâneos a ele, apostou em uma pincelada ritmada, compositiva, que em seu caso repetia-se tanto nas figuras quanto no fundo, colaborando para a impressão de harmonia total entre os elementos.
Embora o uso de formas geométricas e a obsessão do artista por linhas e planos remetam a uma de suas formações (além de ter estudado pintura na Escola de Belas Artes do Paraná, lecionou por anos Desenho Geométrico em escolas de ensino médio), seu trabalho não se orienta pela busca da exatidão matemática, tampouco pela aplicação analítica da geometria.
O crítico de arte Aurélio Benitez destaca que “a principal característica da arte dos pintores da década de 60 é que nela começa a aparecer o comportamento psicológico e emocional dos paranaenses²”. Em retrospecto, o conjunto da obra de Rubinski revela justamente um artista que construiu sua trajetória em torno da introspecção, resultando em uma pintura de atmosfera metafísica que reflete traços de sua própria personalidade.
Mário Rubinski, individual
Simões de Assis | Alameda Lorena, 2050 A Jardins – São Paulo
De 1º de novembro a 20 de dezembro de 2025
Segunda a sexta, 10h às 19h. Sábado, 10h às 15h
Entrada gratuita